A Religião é um mito em
decomposição procriador de mito-manias, diz Religiosa K, serve como paz e esta só
se pratica com guerra, a mãe de todas elas e as suas vitimas: os migrantes,
desalojados e refugiados tratados como despojos de guerra e turistas num
paraíso artificiall que os inferniza
a culpa é do Mãe e todo o seu dele infantásbulo
narrativamente, diz Prosa K, curta e puta
Salamandra arde serenamente, diz Prosa K, o sono dos justos.
Não é de admirar, depois de tantas visitas. Também estou cansada mas vou buscar
mais um esqueleto ao armário. Ardem bem, não são como os livros. No outro dia
tentei queimar o Mein Trump de Hitler e ele começou as berros que acordou a
minha querida Salamandra. O Cagão fraldaslento. Não percebo como Pepe Carvalho
conseguia?
Salamandra relata-me o seu encontro com a Pós-verdade que cá
por casa passou para dois dedos de conversa, pois anda em processo de separação
litigioso. O Real, o seu ex, isto. A Realidade, a nova musa, aquilo. diz Prosa
K. Mas o pior é que não sabe como os seus filhos, os Factos Alternativos, irão
sobreviver neste reino cruel, disse com as lágrimas nos olhos a saborear os
biscoitos interrompidos.
Eutanásia acaba de sair, diz Prosa K, está com medo de morrer
Hoje não há diálogo, salamandra, só cabalas, diz Prosa K
Anjo filho da Mãe Preta a ser comido como manda a tradição
portuguesa , diz Prosa K,
Come a minha carne e bebe o meu sangue e vai vomitar para
outra freguesia, diz Prosa K
a revolução fode-me toda há uma semana que me desfaço em
orgasmos múltiplos
a carneirada está toda
consolada a lamber as feridas da maioria absoluta de sua majestade a Vil
Baixeza
Tenho um rosário
arame
farpado
atravessado na garganta pós-fundamentalmente , diz Prosa K